Mahou Shoujo Ore — Ep. 1: Que anime é esse?

A Temporada de Abril veio para nos presentear com diversas animações e em meio a um número vasto com mais de setenta animes e parcialmente um número grande deles sendo séries episódicas, é compreensível que algumas pessoas acabem ficando perdidas sobre como abordar esses lançamentos e quais deles serão seguros para seus respectivos gostos no intuito de fazer seus esforços valerem a pena no final da experiência. Porém, para sair da caixa de buscar mais experimentações eu decidi fazer parte do resto da equipe neste site e aventurei-me por uma lista e estando aos cuidados de diversos animes da Temporada de Abril a partir de hoje, para que em meio a eles, eu consiga diversificar mais sobre como abordar uma obra e qual a mentalidade que eu devo ir para ela – sem deixar que minhas opiniões pessoais e senso crítico entram em conflito na hora de produzir um texto semanal constatando sobre os elementos que compõem aquela obra naquela semana. Porém, para a minha surpresa, quem imaginaria que nós começaríamos o primeiro anime dessa temporada sob os meus cuidados… sendo um gênero que eu pessoalmente detesto? E que ainda por cima, me surpreenderia positivamente.

Mahou Shoujo Ore se trata de uma animação sob a perspectiva de uma garota de quinze anos chamada Saki Uno e sua melhor amiga Sakuyo Mikage que vivem uma vida monótona, estranhamente mundana com estranhamente referências a animes famosos para a cultura Otaku e que estranhamente quer abordar o gênero de Mahou Shoujo de uma forma diferente, porém começando talvez de uma maneira segura demais. Sua animação é uma das coisas que mais me chamou atenção, devido o quão bonito são seus traços mas que principalmente, o fluir da animação acaba sendo de acordo com o contexto por detrás dos seus momentos… apesar de que existem outros que ela simplesmente não acontece e os personagens não se movimentam porque o estúdio ele está com preguiça ou quer economizar. Um ponto claramente notório mas que pode ser discutido sobre isso ser um elemento proposital ou não na sua obra é a repetição demasiada de frames de animação um atrás do outro com intervalos extremamente curtos. E por que é debatível isso ser proposital ou não? Porque uma coisa que muitos poderiam não esperar desse anime é…

A Comédia dele é nível “Gintama”.

As piadas em torno de Mahou Shoujo Ore, ao menos para mim, foram um dos seus elementos que me pegaram de surpresa porque elas são constantes e mesmo quando previsíveis, você não consegue saber exatamente com qual o próximo elemento clichê das construções genéricas advindas do Mahou Shoujo ele brincará dessa vez. Não somente isso, mas principalmente como as personagens e inicialmente a impressão que esse “mundo” acaba por tratar a figura da “Mahou Shoujo” em si, tornando ela uma figura que nos dias atuais não há mais coisas surpreendentes com as quais elas possam enfrentar devido o quão cansativo tudo acabou se tornando e isso acaba sendo uma das piadas que eu mais acabei identificando o meu gosto pessoal compartilhando com o que estava sendo passado e eles tornarem isso um fator dentro da sua construção de “mundo” – vamos colocar assim, é algo que me deixou bem confortável durante o consumo desse primeiro episódio.

Trilha Sonora não é nada demais, ela é bem genérica na verdade, porém como uma das suas brincadeiras não é somente a figura da Mahou Shoujo mas também a figura dos “Idols”, esse é um anime que ao menos inicialmente introduzirá uma música para você a cada esquina que ele passa, sendo estes os momentos onde as animações mais acabam por se repetirem de maneira constante e extremamente visível, quase que descarada. O que, inicialmente, ainda me faz dar o benefício da dúvida para esse anime sobre suas utilizações e se elas terão um propósito contextual mais profundo quando sua obra estiver fechada. Os sinais de que esse anime tenta ser uma sátira são bem visíveis, porém ele pega você desprevenido pelo quão próximo da comédia introspectiva de Gintama e Nichijou ele acaba sendo, por exemplo. Quebrando a quarta barreira e fazendo piadas com animes famosos que temos na nossa cultura ou que fizeram parte da construção de memes que se tornaram um vício viral nos dias atuais a ponto de se estagnarem e já terem sido citados milhares de vezes em outros lugares são trazidos para cá de uma maneira quase como se o anime estivesse te dizendo que tudo que ele quer fazer não chega nem próximo de ser um anime de “Garotas Mágicas”.

Uma das coisas que me surpreendeu foi o quão gostoso e ao mesmo tempo “dedicado” em se utilizar da sua própria velocidade para desenvolver seus personagens de maneira simples, sem complexidade alguma, mas ainda sim se utilizando dessa passagem de ritmo e transição o anime consegue construir para colocá-lo como uma das suas maiores vantagens. Afinal de contas, se agora temos a percepção de que se trata de um anime que terá seu foco inteiramente na comédia e na sátira, nós precisamos da construção de um ritmo muito bem realizada no sentido de que, mesmo se tratando de piadas longas, elas precisam ter uma boa execução na sua direção, as falas precisam ser bem entregues e principalmente bem escritas. O que, a propósito, são pontos positivos desse anime dentro do seu próprio escopo: Algo simples, descompromissado de uma complexidade maior e descompromissado até mesmo, inicialmente, de ser um anime de garotas mágicas já que o seu foco inteiro está no quão bom ele pode entregar a sua sátira agora que nos foi apresentado ao fim do seu episódio que o seu tema principal será a inversão de papéis sobre a posição de um homem como um “Garoto Mágico”.

Os personagens ao redor da protagonista contribuem para a construção do clima mais leve, suas interações são instigantes no sentido de você esperar qual será a próxima comédia ou comentário realizado em cima da mídia ou do gênero em que ele está se inserindo, sendo uma das surpresas mais chocantes – como eu já disse anteriormente, sobre o quão diferente ele acaba sendo dos seus companheiros de mesmo gênero. Devido justamente a, inicialmente, ele estar descompromissado de ser isso. Vale citar também que para isso, precisamos de bons atores e as escolhas apesar de terem nomes desconhecidos para mim que tenho a memória igual à de uma caixa vazia, as vozes – genéricas – elas conseguem passar um sentimento de algo diferente e pertencente a esse mundo que reconhece ser uma sátira, reconhece ser uma ficção e que tentará nos presentear com comentários em cima disso. Definitivamente, é um anime que para a surpresa de muitos que acompanham esse site e que irão me ver escrever isso:

Definitivamente vale a pena você conferir.

Sim, não vai ter nota. (O Anime acabou de começar, cara)

Sim, não vai ter imagem. (Vão assistir se quiserem ver alguma coisa)

E sim, eu vou terminar o artigo dessa maneira. (Por falta do que falar)

Espero que tenham se divertido e se não, desculpe, não posso fazer nada. Mas vocês bem que poderiam me transformar em um Garoto Mágico, só dizendo. Eu falei poucas coisas porque é o primeiro episódio, vocês queriam que eu dissesse o que? Melhor anime da temporada? Sinto muito. Querem spoiler? Espera o anime se desenrolar que eu começo a soltar alguns spoilers, mas não esperem nada direto porque afinal de contas é um artigo sendo construído por mim e… quem está por aqui me conhece. Eu detesto spoilers. Enfim, espero que vocês tenham se divertido – repetindo de novo essa frase, esperamos você na semana que vem ou no próximo artigo que já tá saindo daqui a pouco.

Até a próxima!