A Sony encontrou na Crunchyroll uma mina de ouro com as séries anime

A Crunchyroll foi lançada em 2006 como um serviço de streaming que oferecia títulos de anime sem autorização. O site garantiu um financiamento de 4,05 milhões de dólares da Venrock e começou a licenciar títulos para streaming em 2008.

O Chernin Group adquiriu uma participação majoritária na Crunchyroll em dezembro de 2013. O Chernin Group e a AT&T formaram a joint venture Otter Media em 2014, e a Otter Media investiu outros 22 milhões na Ellation, a companhia mãe da Crunchyroll em novembro de 2015. A AT&T anunciou em agosto de 2018 que adquiriu toda a Otter Media.

Em dezembro de 2020 a Sony em comunicado à imprensa revelou que a que a AT&T concordou em vender o seu serviço de streaming Crunchyroll à Funimation Global Group, LLC. A Funimation é uma joint venture entre a Sony Pictures Entertainment Inc. e a subsidiária da Sony Music Entertainment (Japão) Inc., Aniplex Inc.

Desde que a Sony fez a aquisição da Crunchyroll foi realizado um grande investimento na marca de streaming, fortalecendo ela através de ações internacionais (como a realização de grandes pré-estréias envolvendo séries populares), distribuindo oficialmente filmes anime em escala mundial, realizando a unificação do catálogo do serviço com a Funimation (que será encerrado oficialmente em abril desde ano), realizando a entrada da Crunchyroll dentro da Amazon Prime Video, incluindo de séries anime do serviço via Sony Pictures Core, uma app disponível para PlayStation 4 e PlayStation 5, e fazendo o lançamento do canal de TV oficial da Crunchyroll no Estados Unidos. Agora parece que a Sony está iniciando um novo passo em seus planos para a Crunchyroll.

Nas últimas semanas surgiram informações em diversas páginas (algumas não oficiais) que rastreiam a entradas de conteúdo entre os serviços de streaming de que diversos animes “exclusivos” da Crunchyroll foram catalogados para entrar dentro da Netflix. O serviço de streaming vermelho já possui diversos animes que são muito populares em seu catálogo e que possuem produção da Aniplex (como é o caso de Demon Slayer). A entrada de animes antes exclusivo na Crunchyroll não seria uma novidade para quem acompanha as movimentações do mercado de cinema e séries, a Sony é o único grande estúdio multimídia que não possui um serviço de streaming integrado com todas suas produções (como ocorre com Disney+, o Max da Warner, ou Paramount+, por exemplo), o que significa que ela pode negociar suas produções entre os diversos serviços existentes.

Negociar os animes exclusivos mais antigos da Crunchyroll é algo positivo para a Sony, ela ganha um valor a mais em sua arrecadação fazendo com que algumas séries populares dentro do serviço também entrem no catálogo de outros serviço de streaming, estas mesmas séries podem se tornar populares para o fã casual de anime no outro streaming e isso obrigaria o serviço a adquirir novas temporadas completas com distribuição da Sony.

Mas aí entra a questão: A Crunchyroll não seria prejudicada nessa movimentação? Se a Sony for seguir a movimentação que ela faz com seus filmes e séries, a Crunchyroll será a primeira janela de exibição dos animes através de sua transmissão simultânea com o Japão, isso garante que apenas os assinantes do serviço teriam acesso antecipado a estas séries anime semana a semana. Lembrando que, em dados divulgados em janeiro deste ano, a Crunchyroll tem mais de 13 milhões de assinantes pagos dentro do serviço. Só depois de algum tempo que estas séries passariam a ser negociadas com outros serviços de streaming.

Fazendo um resumão: A Sony ganha em arrecadação com os 13 milhões de assinantes pagos da Crunchyroll, ganha uma arrecadação extra negociando a distribuição com outros serviços de streaming os animes mais antigos que antes eram exclusivos da Crunchyroll e estas séries ainda podem ganhar mais popularidade chegando também no fã casual.