Com o anime a tornar-se cada vez mais popular em todo o mundo, os ministros dos Negócios Estrangeiros do Japão e da China chegaram a dez acordos importantes para reforçar os laços culturais, destacando o foco na produção conjunta de obras audiovisuais. Entre os acordos mais notáveis, ambas as partes concordaram em promover a criação conjunta de anime, séries live-action e documentários para transmissão e distribuição.
O objetivo é também abordar questões comuns relacionadas com a política cultural, como a transparência na distribuição de conteúdos japoneses na China, as medidas anti-pirataria e a criação de um ambiente seguro para os criadores em ambos os países.
A colaboração promete benefícios significativos para ambas as nações. O Japão está a tentar aproveitar o enorme mercado chinês, um dos maiores do mundo, e ter acesso a um sistema que oferece um tratamento preferencial para os seus produtos. Os filmes registados no acordo Japão-China não estão incluídos na quota restrita de filmes estrangeiros permitidos nos cinemas chineses, o que representa vantagens económicas para as produtoras japonesas.
Exemplos como o sucesso de bilheteira de “Detective Conan: Black Iron Submarine”, que arrecadou 22,9 milhões de dólares na China, e “The First Slam Dunk”, com 93 milhões de dólares, demonstram o potencial lucrativo deste mercado para a indústria cinematográfica.
Os produtores japoneses enfrentam, no entanto, desafios devido à falta de transparência nas regulamentações de conteúdos na China, onde as obras deverão ser alvo de revisões pela Administração Nacional de Rádio e Televisão (NRTA). Estas análises, que podem demorar até 50 dias, dificultaram a distribuição simultânea de anime com o Japão, reduzindo a receita potencial de licenciamento até 80%, de acordo com os executivos da indústria (isto porque o atraso no streaming faz com que a maioria prefira vê-lo através da pirataria em vez de ler spoilers nas redes sociais).
A assinatura do acordo pode também marcar uma mudança para condições mais estáveis para os animadores, o que beneficiaria ambas as partes. A China começou a aliviar certas restrições, permitindo exibições de filmes anteriormente limitados, como “My Neighbor Totoro” em 2018 e “A Viagem de Chihiro” em 2019, décadas após o seu lançamento no Japão.
Se olharmos para o contexto actual, a cooperação não só promete um aumento na qualidade e quantidade das produções (tendo animadores japoneses e chineses a trabalhar no mesmo projecto), mas também rendimentos mais elevados para os animadores japoneses, cujo salário médio na indústria continua assustadoramente baixa, de 1.111 ienes por hora (7 dólares), de acordo com um relatório de 2024.
Boa decisão e o mercado que mais da lucro em multiplas mídias então e melhor que perder tempo com obras pra um publicos imaginarios no ocidente da mais lucro focar e um mercado ao longo prazo mesmo.