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    Tate no Yuusha no Nariagari – ep 2 a 4: Espada e escudo

    Naofumi e Raphtalia são personagens com origens diferentes, mas que possuem pontos em comum, como, por exemplo, o fato deles serem discriminados pela sociedade. Ao perder sua família, a demi-humana com a aparência de um guaxinim, passou por desventuras até encontrar o herói do escudo. Já o Naofumi teve o azar de ser escolhido o portador de uma arma lendária que trás mais maldição para ele do que sorte. Enquanto isso, os outros três heróis gozam de prestígio social pelo fatos deles serem os lendários heróis que salvará a humanidade das “ondas”. Vale ressaltar, que tirando o Naofumi, os demais reclamaram por terem sido tirados de suas vidas aparentemente pacatas para lutarem em favor de um reino desconhecido, mas agora se comportam de maneira diferente.

    O protagonista demonstra uma aparente dureza, mas é uma boa pessoa ao tratar bem sua ainda pequena parceira. Ele poderia trata-la como escrava, ou seja, apenas usando-a no que fosse necessária sem se importar com a mesma. Entretanto há um detalhe, mesmo que ele quisesse apenas usufruir de algum benefício de sua escrava, ele não podia, poi ela era fraca e estava doente. Portanto ajuda-la não seria apenas um ato de bondade, mas uma ação que o favoreceria mais adiante. 

    Existe uma relação de dependência mútua entre o Naofumi e a Raphtalia que foi construída até aqui. Ele precisava de alguém para lutar por ele, e ela precisava de alguém que desse uma vida minimamente digna para ela. Inicialmente parecia apenas uma questão de interesse por parte dele, mas agora se transformou numa relação de confiança. A quebra do selo que a mantinha presa ao protagonista foi fundamental para servir de prova que ele tem alguém que confie nele e é capaz de lutar por ele. Mesmo que nós, espectadores, soubéssemos da devoção da Raphtalia pelo herói que a salvou, o próprio Naofumi não tinha certeza disso, pois a desconfiança e o ódio tomou de conta dos seus sentimentos. Ele pode ainda continuar com raiva daquele mundo que o desprezou sem lhe dizer as razões, mas agora ele tem alguém por quem lutar e para lutar por ele.

    Mesmo sendo desprezado, o herói do escudo fez seu trabalho ao salvar as pessoas de um vilarejo ao ter contato pela primeira vez com as temidas “ondas”. Toda a ação foi divertida, mas outros detalhes não podem ser deixado de lados, como a gratidão sincera das pessoas, e do apoio de parte dos soldados que deixaram o orgulho de lado e foram ajudar o Naofumi. O desprezo da outra metade dos soldados também é notável, pois eles preferiram deixar o protagonista sozinho ao invés de ajuda-lo.

    Os nobres festejam com os heróis da lança, da espada e do arco como se tudo estivesse normal, afinal não são eles os primeiros a sofrerem com as ondas de calamidade. Por mera formalidade foram obrigados a convocarem uma persona non grata para a festividade. Naofumi sabia que ele não era bem quisto pelas pessoas ali presentes, mas mesmo assim lá estava ele para ser “homenageado”.

    A batalha mostrada no episódio foi legal, mas não é isso que importou no episódio quatro, pois o realmente importou foi que as amarras da desconfiança que fazia o protagonista ser escravo do seu ódio e rancor foram quebradas. Embora a Raphtália fosse literalmente a escrava, quem estava sendo subjugado (de forma metafórica) era o Naofumi.

    O herói da lança foi manipulado para que ele pudesse humilhar o herói do escudo. Isso não é novidade, pois ele parece fácil de ser manipulado, principalmente por garotas, Se a Raphtália não fosse uma garota bonita, ela não estaria a ensinar lição de moral ao protagonista.

    A reação hipócrita dos nobres quando souberam que o herói do escudo tem uma escrava é outro ponto a ser ressaltado. Partindo do pressuposto que, segundo àquela sociedade, o Naofumi é um mal caráter e vil, ele ter uma escrava não é surpreendente. Outra coisa, a escravidão é permitida naquele reino, então todo o discurso moralista dos nobres e dos outros heróis soa como pura hipocrisia, pois eles o odeiam independentemente de qualquer atitude que ele tomar, só pelo simples fato dele ser o portador do escudo.

    O fato do protagonista reconhecer o amadurecimento físico da Raphtalia é algo simbólico, pois é como ele mudasse sua visão a respeito dela, pois antes ela era somente uma ferramenta, mesmo que ele a tratasse bem como se fosse um pai ou um irmão mais velho. Mas havia sempre aquele sentimento de desconfiança, que o impedia de confiar totalmente em alguém. Agora ele pode confiar nela, que já tinha dito que seria a sua espada, mas ele não a escutou. Agora eles podem ter uma relação de parceiros sem qualquer tipo de amarras, quer seja, selo de escravidão ou o ceticismo em relação a acreditar em alguém.

     

     

     

     

     

    Helder Archer
    Helder Archer
    Fundou o OtakuPT em 2007 e desde então já escreveu mais de 50 mil artigos sobre anime, mangá e videojogos.

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    Kamy
    Kamy
    25 , Agosto , 2019 17:17

    Estou apaixonada por esse anime.

    Gabriel Augusto Vidigal
    Gabriel Augusto Vidigal
    25 , Agosto , 2019 17:17

    Está sendo um dos melhores animes da temporada fácil, esse, Mob e Kaguya-sama estão sendo a diversão da minha semana inteira.

    Ronie Peter
    Ronie Peter
    25 , Agosto , 2019 17:17

    A série está bem. Apesar de alguns deslizes e amadorismo do diretor. Principalmente no que diz respeito a trilha sonora durante cenas climáticas. No episódio 3 a direção de ação ficou devendo, pois os storyboards foram bem fracos. Mas no geral o diretor tem tanto boas ideias, quando ideias que são aplicadas de um jeito equivocado, eu diria. Eu diria que ele é um diretor mediano. Felizmente, o diretor de animação que ele tem é bem experiente. Enfim., essa está sendo uma boa adaptação.

    Sobre a questão de escravidão, eu direi algo… eu não quero dar spoiler, mas vou dar uma dica leve: lembrem-se que a Raphtalia vivia com os seus pais aparentemente livres. Lembrem-se do senhor da loja de equipamentos, e do tratamento dele para como demi-humanos. Além disso, lembrem-se do que a Raphtalia disse sobre o que conheceu pelos seus pais sobre o herói do escudo. Tudo isso converge em uma percepção diferente de cada pessoa naquele universo sobre os demi-humanos. Isso é tudo… o que passar disso é spoiler. rs

    Wesley
    Wesley
    25 , Agosto , 2019 17:17

    Melhor anime da temporada.

    toygame lan
    toygame lan
    25 , Agosto , 2019 17:17

    A serie está evoluindo bem a cada eps e tem muita trama ainda para ser contada.

    Agora em questão de direção a coisa não está muito boa,o diretor não sabe impactar bem as cenas de drama

    willian
    willian
    25 , Agosto , 2019 17:17

    Esse Anime me deixa dividido! Eu entendo totalmente essa construção em relação aos dois, mas o q não me desce é a Obra meio q “suavizando” a escravidão! Porra, como ela me vem falar q o Naofumi não obrigou ela a fazer nada? Eu sei q ele não é mal, mas ele obrigou sim em um determinado momento. A Obra constantemente quer suavizar escravidão e isso me incomoda demais! Bom, parece q isso não será mais presente. Por enquanto estou achando um Anime ok.

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