Mais...
    InícioJogosSabiam por que Bahamut é um dragão?

    Sabiam por que Bahamut é um dragão?

    O Rei Dragão inicialmente era um peixe

    Bahamut é a invocação mais predominante de Final Fantasy. “O Deus Dragão” praticamente foi elemento em todos os jogos da série, e ao longo dos tempos tornou-se numa imagem tão importante que é quase obrigatória a sua inclusão num novo produto da mesma. Neste dia em que Final Fantasy VII celebra o seu 25. Aniversario nada melhor que vos dar a conhecer uma invocação que além de ser um dos seus elementos de destaque neste campo no capitulo também foi onde sofreu as suas primeiras interpretações

    Antes de ser associado a um dragão, Bahamut surgiu originalmente na mitologia árabe como sendo uma criatura marinha de enormes dimensões -mesmas características do japonês, Jinshin-Uwo- que suportava no seu leito a base do planeta terra. Nesta conceção do mundo, o nosso planeta é sustentado por um anjo, que fica numa laje apoiada por um animal cósmico (touro) de quatrocentos olhos e quatrocentas orelhas conhecido como Kujata -que curiosamente também surgiu como uma invocação em Final Fantasy VII pela primeira vez.

     

    Contudo, ao longo dos anos existiram várias interpretações desta figuras, e a transformação da Bahamut em dragão surgiu em Dungeon and Dragons. Quando os criadores do jogo de tabuleiro criaram o jogo vasculharam várias mitologias, e algumas criaturas tiveram de sofrer diferenças dramáticas para se ambientarem a este novo universo. Bahamut não foi exceção e em 1975 foi inicialmente imortalizado como “Rei Dragão Platinado”. Só nos anos seguintes seria conhecido como “Bahamut, o Rei dos Dragões benevolentes”. Esta figura no contexto da obra é um Deus mortal que demonstra compaixão e justiça pelos mais fracos, testando ocasionalmente o valor da raça humana. Contudo, também foi criado um reverso para Bahamut, que surgiu na forma de Tiamant, um dragão feminino de várias cabeças reverenciado como a Rainha dos Dragões malévolos que mais tarde evoluiu na narrativa como a sua própria irmã. Como não podia deixar de ser Bahamut e Tiamant passaram a disputar um trono no universo de Dungeons and Dragons, e um destaque no mesmo.

    Com o passar do tempo Bahamut tornou-se numa figura muito presente no lore do jogo de tabuleiro. Quando a conceção de Final Fantasy arrancou Hironobu Sakaguchi inspirou-se em diversas obras de fantasia para produzir o seu mundo. O mesmo desejou criar um “RPG” nos mesmos moldes de Wizardy ou Ultima. Akatoshi Kawasu, um dos produtores de Final Fantasy era também um grande fã de Dungeons and Dragons, e inspirou-se em diversos elementos na sua criação. Como não podia deixar de ser Bahamut foi um destes, e no seu jogo decidiu colocar o Rei Dragão numas cavernas situadas no arquipélago de Cardia, que após a oferenda da “Rat Tail” se juntaria ao nosso grupo para enfrentar a sua irmã Tiamant. Contudo, em Final Fantasy III, Bahamut teve um papel muito mais importante na história e cimentou o seu legado como uma figura que poria à prova a valentia do nosso grupo em batalha. Este como sabemos foi um efeito que ocasionalmente voltou, visto que, por exemplo, em Final Fantasy VIII, se Squall conquistasse o “Rei das Guardian Forces”, este se juntaria à sua demanda. Bahamut foi uma invocação tão predominante em Final Fantasy que durante a sua permanecia no mesmo foram criadas variantes.

    Em Final Fantasy VII, além do Bahamut que conhecíamos até então, surgiram duas formas, Neo Bahamut um enorme Dragão Vermelho, e Bahamut Zero um dragão metálico com seis asas de moldes futuristas. Estas formas foram possivelmente o que levou à criação de versões destinadas a cada universo de Final Fantasy. Isto porque a série ao atingir os dois dígitos começou a produzir as suas próprias interpretações do Rei Dragão que se desviaram do seu conceito base estabelecido em 1975.

    Nesta aventura Bahamut, tem um papel narrativo muito mais importante, visto que é parte central do mesmo. Este “Aeon” surgiu numa forma muito diferente do habitual onde pela primeira vez foi apresentado bípede, teve asas emplumadas e uma enorme roda nas suas costas usada para alimentar o seu característico ataque “Mega Flare”. Contudo, o maior abandono das suas raízes foi com Final Fantasy XII, e Final Fantasy XIII, onde ficou conhecido como uma fortaleza imperial, e uma espécie de dragão robótico, respetivamente.

    Nesta última surgiu em duas formas, uma convencional e outra mais abstrata. Se estas interpretações foram estranhas no contexto do lore original, o que dizer de Final Fantasy XV, onde pela primeira vez o dragão tornou-se numa entidade humana, e uma figura antagónica, portadora de uma enorme espada. Além destas versões nos jogos numerados, Bahamut surgiu, por exemplo, noutras formas no filme Final Fantasy VII: Advent Children, na trilogia Final Fantasy XIII, e no spinoff Final Fantasy: Four Heroes of Light.

    É sabido que Bahamut desviou-se imensas vezes do seu conceito inicial, contudo os seus moldes permaneceram de uma forma ou de outra, quer seja na sua tonalidade platinada, a aumentar os poderes das personagens de cada jogo, informar o grupo, ou na sua forma mais clássica, ou seja, enfrentar o seu poder em batalha para adquirir o seu auxílio nas mesmas doravante. Em suma, Bahamut é um legado equiparável ao próprio de Final Fantasy.

    Bruno Reis
    Bruno Reis
    Vindo de vários mundos e projetos, juntou-se à redação do Otakupt em 2020, pronto para informar todos os leitores com a sua experiência nas várias áreas da cultura alternativa. Assistiu de perto ao nascimento dos videojogos em Portugal até à sua atualidade, devora tudo o que seja japonês (menos a gastronomia), mas é também adepto de grandes histórias e personagens sejam essas produzidas em qualquer parte do globo terrestre.

    Artigos Relacionados

    Subscreve
    Notify of
    guest

    0 Comentários
    Inline Feedbacks
    View all comments
    - Publicidade -

    Notícias

    Populares