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    O que estamos a ver – 10 de Julho de 2022

    De uma forma resumida falamos um pouco sobre o que vimos e deixamos o convite para em baixo nos comentários dizerem o que viram e jogaram na última semana.

    Bruno Reis

    Tokyo Mew Mew New (01)

    Como ocasionalmente assisti a alguns episódios das meninas mágicas animalescas no antigo Canal Panda resolvi dar uma hipótese a esta nova versão que julgo tratar-se de um remake. Ichigo é uma estudante de liceu que ao invés se dedicar aos estudos sonha constantemente com a sua grande paixão, um rapaz chamado Masaya Ayoama. Um dia sai-lhe a sorte grande quando uma misteriosa rapariga lhe oferece 2 bilhetes para uma exposição zoológica -que também descobrimos ser um dos interesses de Masaya, ou seja, a vida animal e as espécies em vias de extinção. Durante a exposição Ichigo e Masaya são atacados por uma Anima Chimera, um monstro semelhante a animal gigante. Para salvar a sua paixão, Ichigo recebe o DNA de um gato de iriomote, que lhe confere a velocidade e agilidade desta espécie em vias de extinção que apenas reside na ilha de Iriomote, no Japão. É impossível cair indiferente aos efeitos de um mahou shoujo na sua era dourada. Os elementos e acontecimentos são essencialmente os mesmos, tanto que imbui uma vida escolar com a ação de séries tokusatsu. A personagem principal também é uma testemunha do seu tempo, tanto que essencialmente é uma Bunny (Usagi Tsukino/Sailor Moon), na sua versão mais clássica -que certamente vai encontrar também o seu equilíbrio e desenvolvimento nas suas companheiras. Também foi bem interessante assistir a uma arte muito próxima dos anos 90, com as tradicionais caretas, humor e expressões exageradas. Não sei se foi por saudosismo, mas foi continuar a acompanhar a Ichigo de orelhas de gato. Por vezes julgo que obras assim façam falta e recebam o seu destaque nesta indústria de entretenimento.

    Jashin-chan Dropkick X (01)

    Jashin, a lamia, e autoproclamada senhora dos infernos regressa para mais uma temporada para tentar matar a sua invocadora e assim regressar ao seu mundo. A série segue essencialmente os mesmos moldes das anteriores, com Jashin-chan a tentar artimanhas para matar Yurine, falhar, e acabar castigada das piores e mais grotescas formas possíveis. Pelo caminho temos muitas quebras de 4th wall, interações com as outras demónios e anjos, e inúmeras referencias a outras obras como JoJo’s Bizzare Adventure: Battle Tendency, como podem ver abaixo.

    Uncle from Another World (01)

    Uncle from Another World, narra a história de um jovem que entra em coma aos 17 anos vítima de um acidente rodoviário. Após acordar quase duas décadas mais tarde e na casa dos 40 anos, clama que viveu num mundo mágico, onde foi uma figura importante. Como é lógico, Takafumi, o seu sobrinho não acredita. Contudo, após comprovar o uso dos seus poderes, este acredita que sobrtudo que encontrou uma enorme fonte de rendimento. Realmente não estava à espera de uma série tão interessante, divertida e repleta de referência da SEGA. O tio na sua juventude foi um enorme fã da empresa japonesa, e grande parte de como age é em prol dos seus jogos e consolas. BIOS da Sega Saturn japonesa, sons de aceitação e cancelamento desta consola, alusão ao boss Green e a mítica Seven Force de Gunstar Heroes, a intro de Sonic The Hedgehog 2 -com um erro para os mais atentos- e enormíssimas piadas direcionadas para o atual estado da SEGA são apenas alguns dos delirantes momentos que habitaram neste primeiro episódio. O mesmo também demonstrou um fator bem interessante no ponto de vista social. Acredito que uma pessoa quando acorda de um coma profundo se sinta Isekaiado. O seu senso comum é completamente abalado, muito do que era corrente torna-se estranho para o comum mortal, chegando mesmo a ser visto despadronizado ou incoerente, e esta série executa estes e muitos mais elementos com mestria e muito humor. Não fosse o cota representado pelo célebre Takehito Koyatsu. Se aguardavam por um Isekai diferente, e totalmente em reverso não podem perder este.

    Yurei Deco (01)

    Em todas as temporadas existe geralmente uma série de requinte que no meio de sucessos ou sequelas que acaba por passar ao lado dos radares de muitos. Yurei Deco, é precisamente a série nesta que mais de esquadra nesses moldes. A mesma retira imensos elementos da obra de Mark Twain, “As Aventuras de Tom Sawyer“. Num mundo virtual conhecido como a ilha de Tom Sawyer, a sociedade é rotulada e regida por amor. Quanto mais amor um indivíduo tiver, mais prestígio, recursos e influência terá. Berry, é uma jovem apaixonada por este mundo, e todos os seus elementos, se bem que não vê esta “moeda” como o seu principal destaque, dado que o seu foco é uma entidade. Isto porque à semelhança do célebre Persona 5, neste também existe um carismático Phantom Thief que rouba corações. Contudo, o que Berry não esperava é que este tivesse a forma de um pequeno hacker conhecido como Huck. Certamente que já se aperceberam da junção de nomes Huck Berry = Huckleberry. Yurei Deco, além de ser uma série como uma arte muito vanguardista e metafórica (não fosse produto da (Science Saru) também apresenta elementos sociais muito próprios da era atual. O “Amor” é facilmente conotado por “Likes” ou “Assinantes” nas redes sociais. A era moderna é essencialmente uma era socialmente muito vazia. Este parece ser um elemento contraditório, visto que está cada vez mais fácil comunicar e interagir com quem quer que seja. É precisamente nesta contradição que o mundo vive. É cada vez mais corrente, a sociedade se rodear de redes sociais ao invés de se reunir com famílias e amigos. Não só porque podemos viver o nosso superego -por vezes das formas mais questionáveis- como o mesmo é alimentado por uma espécie de moeda digital conhecida como “Likes” . A mesma permite que um individuo se vista com prestígio quantos mais tiver. Porém, se esta ganância não for medida, este pode mesmo perder a sua humanidade e humildade. É precisamente nesta vertente que senti que Yurei Deco se debruçou. Tal como o nosso mundo é regido por “Likes” neste o “Amor” dita as regras. Um habitante tanto pode ser a pessoa mais rica e com prestígio, quanto mais “amor” tiver, e o mundo real é completamente abafado pelo digital. Se a minha mini lição sobre os perigos das redes sociais não for suficiente, fiquem a saber que esta é uma série que respira de Eduardo Beja por todos os lados, e quem sabe não estaremos na presença de uma futura obra a se juntar a sua “Beja Editora”.

    Megaman X -1993-

    Dragon Quest: The Adventure of Dai (85)

    Por fim, agradeçam a todos os deuses, novos e velhos, porque o Dai ficou frente a frente com o Rei Demónio Vearn, e a luta final finalmente se inicia. Foi absolutamente doloroso assistir ao que no trouxe até aqui. Pelo caminho a série tropeçou bastante, inclusive caiu inúmeras vezes e espero que seja doravante mais fluida sem acontecimentos tirados da cartola. Incrível como nesta fase os paralelismos a Dragon Ball Z continuam a surgir. Além do facto de Dai lutar cada vez mais com os seus punhos, também descobrimos ser uma espécie de Super Saiyan, aqui apelidado de Super Cavaleiro.

    Lucifer and the Biscuit Hammer (01)

    Se como eu têm pavor a mini dinossauros, o que fariam se um destes seres rastejantes entrasse no vosso quarto ficasse frente a frente convosco e indicasse que eras a única esperança para a salvação do mundo antes que este fosse destruído por um martelo gigante vindo do espaço? Provavelmente convidarias o réptil a dar uma volta ao bilhar grande. Mas, e se este não te conseguisse largar e afirmasse que a tua vizinha é uma encarnação de uma princesa e mais tarde descobrisses ser afinal um demónio que ao invés de permitir que o martelo destrua a terra vai conquistar a mesma? O que farias? É precisamente sobre estas temáticas que o primeiro episódio da série do cavaleiro lagarto se debruçou. Embora o primeiro episódio fosse muito expositório creio que temos aqui algo interessante, pena que por vezes a colorização e arte não acompanhem o resto, sinto que algo está em falta, mas não consigo relatar-vos por palavras.

    Rent-a-Girlfriend Season 2 (02)

    Vou continuar a assistir à tragédia, o drama, o horror para vocês não terem de o fazer. Enquanto Kazuya continua a descobrir os horrores que é procurar emprego para pagar as despesas da sua escort e esta possa viver o sonho de ser atriz, a mesma convida-o para um encontro à séria, ali com firmeza, à d’mulher. Brincadeiras à parte começo a acreditar que esta segunda temporada será muito mais focada na Mizuhara, isto porque além de revelar-nos a sua futura carreira, também tivemos indicadores de um trágico e relacionável passado.

    Kazuya descobre o que ser o Cloud Strife por uns momentos

    Overlord IV (01)

    O esqueleto com nome de Ketchup reúne alguns dos seus súbditos, dá colinho à Albedo e diz que vai criar uma nação que o vai reverenciar mais do que qualquer coisa, ou seja, e retirando uma página da light novel católica “mandamento #1: Amar Ainz Ooal Gown sobre todas as coisas.” Realmente o Ainz Ooal Gown (não consigo dizer este nome sem ter espasmos) dava um ótimo militante para o Chega.

    Helder Archer

    Bastard!! Heavy Metal, Dark Fantasy

    Primeiros dois episódios. Era o que esperava, um anime de luta com uma camada de ecchi por cima para um segmento muito próprio de fãs de anime. Gostei da animação, pareceu acima da média para um anime do género e a Netflix é o local lógico para um anime deste género que inevitavelmente vai atrair os militantes do politicamente correto.

    Não é uma prioridade para mim, o que me atrai mais é o aspecto dos anos 80 do anime, mas provavelmente quando tiver tempo verei o resto, para já fica em pausa.

    Erased

    Revi toda a série anime de Erased (Boku dake ga Inai Machi), mais tarde vão perceber a razão de ter feito isto.

    Boa animação aliada a uma história que agarra o espectador, Erased é um dos melhores animes do género e mesmo passados 7 anos continua a ser um anime de referência para quem quer um anime de Drama e Mistério.

    Ricardo M.

    Stranger Things 4 Volume 2 (09)

    Tudo indicava que este ultimo episódio nos iria presentear com alguns dos momentos mais marcantes e conclusivos, notando-se na qualidade da produção e na própria longa duração da mesma, algo que penso que nunca tenha acontecido até hoje. Conseguiram proporcionar uma jornada épica de mais de duas horas de duração que posso afirmar que em nenhum instante deixei de sentir interesse, captando a minha atenção até ao final. O balanço entre as cenas de acção e as cenas emotivas foi algo que se destacou de forma muito positiva, equilibrando assim toda narrativa. Para além dos efeitos visuais serem um dos elementos que mais sobressaem com facilidade, ainda contamos com fortes momentos emocionais que acabaram por fortalecer os laços entre os personagens. Estes momentos devem-se à excelente interpretação do elenco, onde o improviso jogou a favor do realismo e da relação entre eles. Nesta temporada conseguimo-nos aperceber o quanto tudo estava interligado desde o início da série, onde o final criou em mim uma grande vontade de entender o que irá acontecer na próxima temporada.

    Obi-Wan Kenobi (05-06)

    Já constam duas semana desde que a mini série da Disney+ Obi-Wan Kenobi terminou, deixando passar os dois últimos episódios para o decorrer desta semana. A sensação que tive foi que durante o final da temporada ficou a faltar um pouco mais de aprofundamento sobre a personagem Sister 2. Estes detalhes podiam ter surgido em curtos flashbacks como foi feito na série sobre Boba Fett. Por outro lado, compreendo o motivo pelo qual a revelação foi guardada para a reta final apostando assim no fator surpresa. Tivemos uma das melhores cenas da série, o confronto aguardado entre o Kenobi e Darth Vader, deixando claro que a ligação entre mestre e padawan desvaneceu quando nos apercebemos que Kenobi deixa as memorias de Anakin para trás e o começa a ver como Vader e como seu inimigo a partir daquele momento. Durante os seis episódios, apesar de apresentar algumas falhas visuais, assim como na construção do enredo, Obi-Wan Kenobi aproxima-se da qualidade de Mandalorian, tornando-o importante como complemento para o lore construído em torno das longas metragens. No fim, fica em aberto para uma continuação, esperando pessoalmente que dê tempo suficiente para que numa segunda temporada consigam melhorar algumas das lacunas que foram aqui apresentadas.

    Bruno Reis
    Bruno Reis
    Vindo de vários mundos e projetos, juntou-se à redação do Otakupt em 2020, pronto para informar todos os leitores com a sua experiência nas várias áreas da cultura alternativa. Assistiu de perto ao nascimento dos videojogos em Portugal até à sua atualidade, devora tudo o que seja japonês (menos a gastronomia), mas é também adepto de grandes histórias e personagens sejam essas produzidas em qualquer parte do globo terrestre.

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    Noᥙzᥱᥒ ΨυκιησD
    Noᥙzᥱᥒ Ψυκιησ
    11 , Julho , 2022 5:34

    Achei a estreia de Isekai Ojisan a melhor de todas. Ri pra krai o ep todo kkkk

    Hoshi no Samidare não tô acompanhando, mas vi umas cenas de chorar sangue pelos olhos…

    pynkD
    pynk
    11 , Julho , 2022 21:18

    nossa tokyo mew mew tinha esquecido completamente desse remake, vou assistir hoje mesmo

    Bruno Reis
    Bruno Reis
    Reply to  pynk
    11 , Julho , 2022 21:44

    Pela nostalgia!

    Samuel Silva
    Samuel Silva
    11 , Julho , 2022 21:57

    Vou acompanhar o Uncle from another World, o primeiro episódio foi bastante bom. Lúcifer and The biscuit hammer tem problemas óbvios na animação e na execução mas mesmo assim teve um primeiro episódio muito bom. Yurei Deco é diferente a muitos níveis e depois de dois episódios continuo interessado. De destaque nesta semana também teve o primeiro episódio da nova temporada de Made in Abyss.

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