Solo Leveling – Análise

No dia 06 de janeiro, estreou no catálogo da Crunchyroll o primeiro episódio da esperada adaptação para série anime da novel Solo Leveling. A primeira temporada do anime contou com 12 episódios (sendo um de recapitulação) e foi encerrada no dia 29 de março.

A novel de Chugong começou a publicar a obra digitalmente em julho de 2016 e uma adaptação webtoon foi publicada no KakaoPage pela mão de Jang Sung-rak, tendo terminado em dezembro de 2021. Tal como noticiámos anteriormente o artista Jang Sung-Rak, mais conhecido como DUBU, infelizmente faleceu em julho de 2022.

O anime é produzido pelo estúdio A-1 Pictures (86: Eighty-Six, Sword Art Online, Kaguya-sama: Love is War), a direção é de Shunsuke Nakashige (Mother of the Goddess’ Dormitory), a história é de Noboru Kimura (Gundam Build Divers, Nyaruko: Crawling with Love!), o design de personagens é de Tomoko Sudo (Alice in Borderland, Fragtime) e a banda sonora é da responsabilidade de Hiroyuki Sawano (Attack on Titan, Blue Exorcist, Kill la Kill, Mobile Suit Gundam UC).

No elenco de voz original do anime temos Taito Ban como Sung Jinwoo/Shun Mizushino, Reina Ueda como Cha Hae-In/Shizuku Kosaka, Hiroki Touchi como Baek Yoonho/Taiga Shirakawa, Genta Nakamura como Yoo Jinho/Kenta Morohishi, Daisuke Hirakawa como Choi Jong-In/Shin Mogami, Banjou Ginga como Go Gunhee/Kiyoomi Gotō e Makoto Furukawa como Woo Jinchui/Akira Inukai

Sinopse de Solo Leveling

Dez anos atrás, depois do “Portal” que conecta o mundo real com um mundo de monstros se abrir, algumas pessoas comuns receberam o poder de caçar os monstros do portal. Eles são conhecidos como caçadores. Porém, nem todos os caçadores são fortes. O meu nome é Sung Jin-Woo, um caçador de rank E. Eu sou alguém que tem que arriscar a própria vida nas dungeons mais fracas, “O mais fraco do mundo”. Sem ter nenhuma habilidade à disposição, eu mal consigo dinheiro nas dungeons de baixo nível… Pelo menos até eu encontrar uma dungeon escondida com a maior dificuldade dentro do Rank D! No fim, enquanto aceitava a minha morte, eu ganhei um novo poder…

Séries anime com temática de jogos ou misturando fantasia são bem comuns atualmente, desde que comecei a acompanhar as obras lançadas nas temporadas posso dizer que elas estão extremamente em alta ao ponto de se atropelarem e se parecerem uns com os outros. Apenas aqueles que tentam fazer algo novo, com uma história bem trabalhada ou animação com produção foram do comum conseguem ganhar um lugar ao sol no meio de tantas obras com a mesma temática. Esse não é o caso de Solo Leveling.

Desde o surgimento da nova geração de animes baseados em jogos no início dos anos 2010 temos o fator Sword Art Online quase como um guia para o que surgiu depois. É claro que tivemos obras na mesma época e baseadas em jogos que ganharam o seu devido destaque mas que nunca bateram o sucesso e repercussão que SAO teve neste meio tempo. Ao mesmo tempo tivemos o que podemos chamar de clones de Kirito, personagens com características visuais ou de personalidade próximas ao do protagonista de SAO. Praticamente, esta primeira temporada de Solo Leveling prometia entregar uma revolução pelo hype que os fãs da novel e do quadrinho levantavam, mas o que assisti foi uma longa introdução em 11 episódios.

Dentro de um arco de uma história ocorre uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão. Nesta primeira temporada de Solo Leveling somos lançados e uma série de informações e personagens que apenas nos introduzem para futuros acontecimentos. A ideia de mundo e conceitos apresentados são até interessantes, mas alguns conflitos ficaram para ser desenvolvidos apenas no futuro.

Com certeza o ponto que achei mais interessante no decorrer desta temporada foram as dinâmicas baseadas em jogos se misturarem com o mundo humano. Isso trouxe um debate interessante sobre o uso da economia e do lado mágico ser incorporado dentro da economia do mundo real. Outro ponto interessante é a incorporação do trabalho de caçador dentro do mercado econômico daquele mundo, algo que acaba quase fazendo paralelo com os trabalhadores informais da atualidade.

A introdução das guildas foi algo interessante por mostrar elas como empresas, este é um paralelo interessante já que podemos comparar as empresas em busca apenas de pessoas com alta performance. Temos uma introdução sobre o quão influente as guildas podem ser na tentativa de controlar as dungeons, mas não temos um momento que mostre o quão poderosos são os membros das principais guildas. No final temos a promessa de uma futura raid que vai envolver as principais guildas.

Posso dizer com certeza que esta primeira temporada de Solo Leveling pode ser definida em duas palavras: introdução e futuro. Praticamente somos introduzidos a uma série de conceitos e informações que serão trabalhadas apenas no futuro da série. Os únicos momentos de conflito envolvendo o protagonista do anime são apenas para demonstrar o uso de alguma de suas habilidades ou para embasar sua ideia de que precisa de poder. Os outros personagens coadjuvantes apresentados no decorrer da temporada quase não ganham destaque ou ficam na promessa de ganharem esse destaque no futuro, o que acabou sendo uma pena para alguns deles.

Em questões técnicas a produção de Solo Leveling foi bastante competente. O visual dos personagens são bem característicos e interessantes, as cenas de ação funcionam muito bem com diversos efeitos e uma mescla de animação 2D e CG que funciona muito. A série ainda possui uma montagem bastante dinâmica, mesclando bem cenas de ação com alguns respiros. Começou a ser discutido o quão corrida estava a produção após o episódio de recapitulação, também conhecido como o episódio 7.5, mas fiquei me perguntando se essa parada foi por causa do aberto na produção ou se foi planejada para a temporada terminar exatamente com um gancho para sua continuação.

No geral, esta primeira temporada Solo Leveling serviu apenas como uma grande introdução de conceitos e de personagens e com a promessa de no futuro trabalhar os ganchos deixados no decorrer da temporada. Os poucos conflitos do protagonista serviram apenas para demonstrar seus poderes ou para firmar sua busca por poder, ao mesmo tempo que diversos coadjuvantes interessantes foram introduzidos e deixados de lado. O visual dos personagens são bem característicos e interessantes, as cenas de ação funcionam muito bem e sua montagem é bastante dinâmica.