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    Ala dos Livros lança Menina Baudelaire

    A Ala dos Livros lançou Menina Baudelaire por Yslaire. Podem comprar aqui com desconto.

    “Senhora Aupick,

    A vós, que me perguntais quem sou, posso dizê-lo.

    Mas, correndo o risco de parecer orgulhosa, nenhum leitor de ‘As Flores do Mal´ esquecerá a Vénus negra de Charles Baudelaire, a musa imoral, amaldiçoada, do maior dos poetas malditos.

    Sim, sou eu, a bela tenebrosa, a cara indolente, que caminha a compasso, bela de requebros, como uma serpente que dança…”

    Jeanne Duval foi a narradora escolhida por Yslaire para, através de uma carta imaginada, nos fazer mergulhar no percurso da vida de Charles Baudelaire – um dos escritores franceses mais importantes do século XIX e um dos percursores do simbolismo – e na relação deste com a sua musa inspiradora.

    De Jeanne, a mulher que o poeta mais amou e mais amaldiçoou, quase nada se sabe: as datas do seu nascimento e morte são incertas, tal como incerto é o seu apelido, ou até mesmo a sua origem – provavelmente crioula.  Resta uma foto de Nadar não autenticada, retratos desenhados por Baudelaire, e sobretudo os poemas que ela lhe inspirou.

    A carta que Jeanne, a «Vénus negra», escreve à mãe do poeta é, pois, o ponto de partida escolhido por Bernard Yslaire para levar o leitor a descobrir uma relação complexa e apaixonada, dura e sensual, destrutiva e luminosa, de amor e de ódio.

    Com Menina Baudelaire, que a Ala dos Livros agora apresenta em edição portuguesa, Bernard Yslaire assina a sua obra-prima da maturidade.

    Argumento e Desenho: Yslaire

    Bernard Hislaire nasceu em 1957 em Bruxelas. Argumentista e desenhador, inicia-se muito jovem na banda desenhada, no fanzine Robidule, ao mesmo tempo que frequenta a sessão de artes plásticas do Institut Saint-Luc, tendo colaborado na revista Spirou a partir de 1975. É para este semanário que assina, em “Bidouille et Violette”, uma série em 4 volumes que, ao narrar as histórias de dois adolescentes, se tornaria a primeira história de amor “melancómica” da BD franco-belga. Paralelamente, de 1980 a 1983 publicou vários “cartoons” no La Libre Belgique. Em 1985 muda completamente de registo gráfico, passa a usar o pseudónimo Yslaire, e cria, com Balac (alias Yann), “Sambre”, uma saga romântica que surge inicialmente na revista Circus e será publicada em álbum pela Glenát. A partir de 1987, novamente na Spirou, assina a série “Gang Mazda”, (Dupuis).  Paralelamente, foi co-fundador do teatro de vanguarda Ideal Standard, e assegurou a comunicação gráfica do Théâtre Impopulaire e do Rideau de Bruxelles. A sua participação artística estendeu-se ao cinema (tendo trabalhado com os realizadores Jaco Van Dormael e Didier Roten), ao teatro (onde colaborou com Jacques Neefs e Alain Populaire) e às cenografias públicas (com o arquitecto Francis Metzger).

    Entre 1997 e 2000, com a ajuda da psicanalista Laurence Erlich, Yslaire produziu e dirigiu uma das primeiras séries web, “Mémoires du XXe ciel”. A História é adaptada para banda desenhada sob o título de XX Ciel.com, com dois finais alternativos. Le Ciel au-dessus de Bruxelles(2006-2007) confirmará as questões do autor sobre a História e a sua cobertura mediática, tal como o seu gosto pelo diálogo plástico com a fotografia e o digital.

    Em 2009, Yslaire assina com o escritor Jean-Claude Carrière, Le Ciel au-dessus du Louvre, uma evocação de uma pintura inacabada do pintor David. Como extensão do livro, totalmente desenhado em formato digital, Yslaire expõe no Museu do Louvre “quadros videográficos”, onde os seus esboços são auto-desenhados em telas, em tempo real. A cenografia dá a volta ao mundo, acompanhando uma exposição colectiva.

    Em 2012, com Laurence Erlich, criou e dirigiu a Úropa, uma revista digital pioneira na área. Sendo uma mistura de ficção política sobre a Europa de 2032, composta por artigos, fotos, vídeos e banda desenhada, o projecto questiona o nosso futuro num misto de imaginário e real. Yslaire regressa à editora Dupuis, em 2021, onde assina um álbum memorável na colecção “Aire libre”: trata-se de Menina Baudelaire (Mademoiselle Baudelaire, no original), no qual nos conta a história de amor frustrado entre o poeta Charles Baudelaire e sua amante Jeanne Duval, conhecida como a “Vênus Negra”. Soberbamente desenhado e narrado, este álbum foi objecto de uma edição de coleccionador nos 3 volumes dos Cahiers Baudelaire.

    A obra de Yslaire foi galardoada com quinze prémios internacionais e tem sido objecto de múltiplas exposições em várias galerias e museus internacionais, em cidades como Paris, Bruxelas, Tóquio, Praga, Seul, Taiwan, Barcelona, ​​​​Lausanne… Em 2009, o Ministério Francês da Cultura nomeou Yslaire Cavaleiro das Artes e das Letras e, em 2015, elevou-o ao posto de oficial.

    Yslaire é, desde 2017, presidente da Victor-Rossel Comics Academy.

    Helder Archer
    Helder Archer
    Fundou o OtakuPT em 2007 e desde então já escreveu mais de 50 mil artigos sobre anime, mangá e videojogos.

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