No dia 14 de junho estreou na Netflix o filme CG Ultraman: Rising (Ultraman: Ascensão), um filme baseado no universo da franquia Ultraman.
A animação pela Tsuburaya Productions, a direção é do estreante Shannon Tindle (animação de Coraline, Kubo and the Two Strings) que criou a história juntamente com Marc Haimes. Tom Knott é creditado como produtor e Lisa Poole como coprodutora. O filme tal como o nome sugere é baseado em personagens de Eiji Tsuburaya (Godzilla, Ultraman).
O elenco de voz do filme Christopher Sean como Ken Sato / Ultraman, Gedde Watanabe como Professor Sato, Tamlyn Tomita como Emiko Sato, Keone Young como Dr. Onda e Julia Harriman como Ami.
Sinopse de Ultraman: Rising
O superastro do basebol Ken Sato regressa ao seu país natal, o Japão, para assumir o manto do super-herói defensor da Terra, Ultraman, mas rapidamente encontra mais do que esperava quando é forçado a criar os filhos do seu maior inimigo, um recém-nascido Kaiju. Lutando para equilibrar os papéis de companheiro de equipa e de novo pai, Ken deve confrontar o seu próprio ego, o seu pai afastado e a conivente Força de Defesa Kaiju para levantar-se e descobrir o que realmente significa ser Ultraman.
Criado por Eiji Tsuburaya em 1966, a franquia Ultraman passou por diversas gerações em diversos países em que as muitas séries da franquia Tokusatsu foi exibida. Infelizmente, sempre senti que Ultraman foi uma franquia ninchada por não estourar fora da bolha dos fãs de Tokusatsu. Após a tentativa, bem fraca, de estourar a bolha com a série anime baseado no mangá Ultraman, de Eiichi Shimizu e Tomohiro Shimoguchi, a Tsuburaya Productions chega com uma proposta completamente original com o filme Ultraman: Rising. Diferente das impressões iniciais que os trailer apresentavam, Ultraman: Rising se mostrou um filme extremamente maduro, bem divertido e um ótima forma de apresentar a família Ultra para uma nova geração.
Se utilizando de uma linguagem bastante moderna e atual, o longa aborda sobre questões familiares e a dinâmica em que os pais têm que encontrar o equilíbrio entre a vida pessoal e o profissional. Gostei que o filme consegue mesclar muito bem essa linguagem moderna, que conversa com um público novo, e ainda brinca com o lore do universo da franquia Ultraman. A abordagem do universo de Ultraman ocorre de forma simples, fazendo com que os fãs mais velhos da franquia consigam ter também o seu momento com referências que os mais aficionados da franquia irão pegar.
Os antagonistas do filme funcionam como um espelho reverso dos hérois e o longa ainda coloca de forma indireta questões ambientais, que sempre foram abordadas nas séries da franquias Ultraman. É interessante que o filme coloca os humanos como os principais vilões do longa, ao mesmo tempo que os Kaiju passam a ser retratados como seres a serem protegidos.
A animação de Ultraman: Rising possui uma série de acertos em questões visual e de estética. O filme possui uma estética cartunesca, com personagens visualmente exagerados, mas que funciona para a proposta do longa. O mesmo ocorre com o visual dos cenários de fundo, que são bastante coloridos e seguem com exageros em prédios e outras construções. Em diversos momentos a animação vai para outros estilos visuais, lembrando estilo anime e até referenciando a série Tokusatsu Ultra Q (que também foi criada por Eiji Tsuburaya e produzida pela Tsuburaya Productions e que precede a primeira série de Ultraman). Em relação às cenas de luta, temos um ponto que é bem fraco. Nada que atrapalhe a história como um todo, mas não espere cenas de luta com as melhores coreografias. Porém, quem já assistiu às séries de Ultraman vai ficar satisfeito com os momentos de ação que ocorrem no decorrer do filme.
No geral, Ultraman: Rising é uma grata surpresa e funciona para apresentar a franquia Ultraman para uma nova geração. O filme trabalha muito bem questões familiares e a dinâmica em que os pais têm que encontrar o equilíbrio entre a vida pessoal e o profissional, ao mesmo tempo que traz antagonistas que funcionam como um espelho reverso dos hérois. O longa funciona visualmente e com estética cartunesca, apesar das cenas de luta não terem coreografias tão elaboradas.