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    Venture Kid — Análise

    Em meio a grandes lançamentos, acabamos perdendo a oportunidade de se deparar com produtos que carregam consigo um escopo mais fechado em si próprio, algo mais minimalista ou até mesmo projetos iniciais de companhias que poderão se mostrar mais do que os olhos podem ver inicialmente. Apesar de já possuir diversos jogos em suas costas, a desenvolvedora FDG Entertainment carrega consigo uma marca de estar sempre buscando trazer elementos perdidos na indústria dos videogames ou signos que auxiliou essa mídia que tanto temos amor a se tornar o que ela é – como por exemplo, lançado no ano passado, seu jogo Blossom Tales que resgatava elementos de Zelda dos Nintendinhos em uma exploração mais isométrica, pixelizada e level design mais dentro do que era costume na sua época de lançamento. Aqui, não sendo diferente, recebemos em primeira mão para realizarmos a Review – Muito Obrigada, FDG! – de mais um jogo que resgata elementos de level design, storytelling e maneiras de como se abordar – na mentalidade da época sendo transportada para os dias atuais, um desafio nos videogames em busca de saciar um pouco mais à vontade do jogador de se manter ativo naquele momento e desbravar o que aqueles desafios têm a oferecer.

    Como descrito na própria Sinopse do jogo, Venture Kid está longe de ser somente um jogo que se utiliza da estética dos 8bits e chiptunes para conquistar um público mais saudosista, como também pode ser considerada uma carta de amor dos desenvolvedores para uma parte dos seus passados – e também dos nossos – em relação ao que os fizeram amar videogames e as lembranças mais calorosas dessa mídia. Uma paixão criada a partir de projetos sendo desenvolvidos por um time de desenvolvimento pequeno, mas que eventualmente seriam marcados em nossos corações como um dos grandes despertares das nossas paixões por videogames. E junto a isso, as premissas pequenas que não buscavam contar coisas mirabolantes mas sim marcar nossas experiências com seus maravilhosos Game Designs. Aqui, não sendo nem um pouco diferente. Dr. Teklov está prestes a construir uma nova máquina do mau, disfarçada em sua base secreta, ficando a cargo do nosso protagonista Venture Kid para desbravar essa aventura e livrar os planos do Dr. Teklov de acontecer. E é com essa pequena premissa que damos início a um retorno mágico aos 8bits.

    Assim como todos os jogos tradicionais dessa época, porém com um escopo maior, nós vamos ter um personagem andando em fórmula de side-scrolling em busca de explorar o cenário ao máximo – podendo derrotar os inimigos ou não para atingir nossos objetivos e nos depararmos com o grande vilão dessa fase. Por que eu disse que “derrotar os inimigos ou não”? Pois o jogo acaba sendo extremamente muito bem balanceado de uma forma que ele não somente resgata elementos de Game Design que fazem você aprender com seus erros, como a partir deles você – como jogador, consegue melhorar a partir disso e lidar com suas dificuldades sem a necessidade constante de upgrades, moedas, itens ou armas de alto calibre e poder para lidar com a situação. Apesar disso, o jogo possuí maravilhosos coletáveis e equipamentos secundários que serão recompensados ao jogador durante a sua exploração ou desbravamento por áreas extras. Temos a presença de 9 áreas ao todo assim como sendo o mesmo número para chefes e em todas elas você terá a liberdade para explorar os cenários de maneira linear e sem matar inimigos ou se dando o prazer de procurar a cada esquina dos levels o que tem a ser feito. Não somente irá se deparar com inimigos diversificados para cada mapa, como também irá se deparar com desafios inteligentes que de primeira instância podem parecer injustos e requerendo uma habilidade fora do comum, mas necessitando apenas de no máximo duas mortes e uma observação fora da caixa para perceber o que os Game Designers estão pedindo de você. E sabe o que é mais incrível? É tudo muito simples. E isso te lembra o que? Exatamente, os nossos jogos tão suados dos 8bits que dávamos o melhor de nós para passarmos, mas quando respirávamos e olhávamos fora da caixa… notávamos a simplicidade por trás dos problemas.

    Os controles respondem muito bem, portanto você estará sempre tendo um constante sentimento de que possuí total autoria sobre os movimentos de Venture Kid, ainda mais com o suporte dedicado a controles na sua versão de PC. Porém o jogo ainda possuí claras tentativas de se aproximar dessa estética mais 8bits, o que também acaba aproximando-a de um dos seus pequenos defeitos onde apesar de existir a possibilidade disso ser proposital ou não, inimigos realizarem respawn a todo momento que o jogador se mudar de uma tela para a próxima e decide retornar, acaba transformando o progresso em algo não recompensador de se ter quando você percebe que independente do esforço que você teve e das recompensas, os inimigos estarão lá na próxima vez que você virar suas costas e adentrar ao cenário anterior mais uma vez, o que acaba trabalhando de forma contrária ao sentimento de uma progressão de risco e recompensa. Infelizmente tendo isso como resposta, o jogo decidiu apostar em uma linha de mecânicas mais próximas do que temos nos tempos modernos onde podemos acessar o nosso menu de itens e adentrar a loja que estará disponível ao nosso personagem sempre que ele precisar de alguma melhoria que possa aproximá-lo do seu resultado durante seu progresso – porém, infelizmente essas compras acabam sendo pouco recompensadoras e servindo de pouca ajuda para o progresso do jogador e mais incentivando a sua corrida e menos a aprendizagem, dado que algumas das compras estão interligadas a, por exemplo, comprar um refil de vida quando você for morto pelo inimigo e automaticamente receber sua barra de vida cheia mais uma vez.

    Apesar de os pequenos defeitos que devem ser levados em consideração, o jogo ele é cuidadosamente pensado para transportar a experiência do jogador para aquela época que tanto adoramos e algo a ser elogiado quando trazemos esse tópico novamente mas se aprofundando um pouco mais é o trabalho de áudio em cima dele. Todas as músicas sejam os detalhes de som ao selecionar itens durante as compras no menu da Loja, seja os barulhos de resposta aos tiroteios, os pulos, os inimigos dando sinais de que realizarão um próximo ataque ou as próprias músicas ambientais. Todas elas muito bem pensadas para ter a certeza definitiva de que ao menos a sua experiência auditiva será o mais próximo possível dos jogos dessa época e que ainda sim, conseguem dar uma avantajada na personalidade do próprio jogo em si e na busca de Venture Kid pelo seu objetivo. Cada som dos seus mais variados power-ups que você encontra ao redor do jogo, como, por exemplo, inicialmente o Boomerang ao terminar a primeira fase, assim que você realiza o botão de ação com ele, o som representando sua ativação é muito característico de um efeito sonoro da época, dando uma sensação muito satisfatória de uso. No que diz respeito ao trabalho sonoro, Venture Kid se esforça ao máximo para contextualizar bem a sua ambientação temporal e nisso, ele consegue executar de maneira primorosa dentro das suas próprias limitações.

    Outro elemento que marcará presença é o quão incrivelmente bonito são os designs de personagens e cenários, porque como ele está nesse sentimento de te colocar dentro dessa ambientação dos jogos de 8bits, então seus personagens e cenários obviamente serão apostados na fórmula de pixels e para isso ser feito de uma maneira que consiga passar o sentimento de estarmos jogando os clássicos do Nintendinho e Super Nintendo, nós precisamos de cuidados extremos na execução desses pixels e sem sombra de dúvidas, a equipe da FDG Entertainment consegue entregar traços pixelizados muito bem desenhados, uma paleta de cores que conseguem destacar bem visualmente a sua direção de arte – os seus inimigos sempre terão uma paleta de cores um pouco mais característica, assim como nosso protagonista e o background ao seu redor, deixando bem destacado visualmente os nossos perigos e onde devemos confiar, assim como também os segredos e como podemos descobrir e nos direcionarmos a partir disso.

    Venture Kid é um jogo que estará disponível para Celulares e PC através da Steam. É um jogo Side-Scrolling que mistura elementos de Megaman Clássico com um pouco de exploração do que vemos em clássicos como Metroid nos seus primórdios de Super Nintendo. Assim como os grandes clássicos da época, você encontrará cenários lineares mas que existirão certos segredos a serem descobertos ao redor do cenário que trabalharão contra a progressão do jogador, a fim de recompensá-lo pelo seu esforço de ir em busca do 100%. Um balanceamento impressionante em sua dificuldade com uma progressão muito bem executada, um level design que definitivamente nos mostra o quanto faz falta algo bem pensado na experiência do jogador durante a exploração de cenário nos dias de hoje. Você poderá se deparar com problemas como, por exemplo, o quão desnecessário pode ser os Power Ups inseridos dentro da Loja de Compras, dado que eles irão amedrontá-lo de aprender a lidar com a dificuldade ao seu redor, sendo de pouca utilidade mas talvez sendo uma ponta da atualidade ainda inserida em uma experiência que tenta puxar muito do que acabamos esquecendo com o tempo. Sem sombra de dúvidas…

    EU RECOMENDO VENTURE KID!

    Helder Archer
    Helder Archer
    Fundou o OtakuPT em 2007 e desde então já escreveu mais de 50 mil artigos sobre anime, mangá e videojogos.

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    Paulo Ricardo
    Paulo Ricardo
    11 , Julho , 2019 21:08

    parece legal

    Weslley de Sousa
    Weslley de Sousa
    Reply to  Paulo Ricardo
    12 , Julho , 2019 0:15

    Recomendo muito!

    Rafael120804
    Rafael120804
    11 , Julho , 2019 21:08

    Me interessei bastante. Tem data oficial de lançamento?

    Weslley de Sousa
    Weslley de Sousa
    Reply to  Rafael120804
    12 , Julho , 2019 0:15

    Já está disponível!

    Rafael120804
    Rafael120804
    Reply to  Weslley de Sousa
    12 , Julho , 2019 1:58

    Para Android, inclusive? Procurei aqui e não achei. Que coisa. Mas mesmo assim, valeeeu!

    Weslley de Sousa
    Weslley de Sousa
    Reply to  Rafael120804
    12 , Julho , 2019 3:23

    Estranhamente não os encontrei disponíveis também, o que achei genuinamente estranho. Mas ele já está disponível na Steam!

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