O célebre diretor Hideo Kojima abordou uma questão que há muito intriga os fãs dos seus jogos: a reduzida presença de atores japoneses nos elencos das suas produções. Em declarações recentes, Kojima revelou os obstáculos que enfrenta ao tentar incluir mais talentos do seu país natal nos projetos da Kojima Productions.
Com o lançamento de Death Stranding 2: On The Beach esta semana, o tema voltou à discussão após a inclusão da atriz Shioli Kutsuna no papel de Rainy. Tal como o jogo anterior, a sequela apresenta um elenco predominantemente ocidental, incluindo nomes como Norman Reedus, Léa Seydoux e Elle Fanning.
Barreiras linguísticas e técnicas
Kojima identificou duas principais dificuldades que limitam a sua escolha de atores japoneses. A primeira prende-se com questões linguísticas, uma vez que as gravações são realizadas em Los Angeles com um elenco internacional. “Precisamos de atores com inglês nativo, o que se torna problemático“, explicou o diretor, acrescentando que Kutsuna foi escolhida precisamente por ter crescido na Austrália e dominar ambas as línguas.
O segundo obstáculo é de natureza técnica e relaciona-se com o processo de digitalização facial usado nos jogos. Segundo Kojima, a tecnologia atual ainda apresenta limitações significativas na recriação fiel de rostos asiáticos. “É difícil fazer com que os asiáticos se pareçam com os seus verdadeiros correspondentes“, afirmou, explicando que a pele lisa e jovem característica dos atores asiáticos acaba por ter um aspeto demasiado artificial nos jogos.
O realizador contrastou esta dificuldade com a facilidade em trabalhar com atores mais velhos ou com características faciais mais marcadas, onde os detalhes se tornam mais evidentes e realistas no resultado final.
Futuro promissor
Apesar destes desafios, Kojima mostrou-se otimista quanto ao futuro. O trabalho desenvolvido com Shioli Kutsuna em Death Stranding 2 serviu como “experiência” bem-sucedida, utilizando novas tecnologias que permitiram resultados mais satisfatórios. “Estou bastante satisfeito com os resultados desta vez“, revelou, expressando o desejo de fazer ainda melhor nos próximos projetos.
O criador da série Metal Gear manifestou também interesse em aumentar a participação de atores japoneses nos seus futuros jogos e até sugeriu a possibilidade de ambientar um jogo no Japão, algo que ainda não fez ao longo da sua carreira.
Esta revelação surge numa altura em que Death Stranding 2: On the Beach recebe elogios da crítica especializada, sendo descrito como uma sequela épica que melhora significativamente a narrativa e as personagens do jogo original. O título encontra-se disponível exclusivamente para PlayStation 5 e representa mais um marco na carreira de um dos diretores mais respeitados da indústria dos videojogos.