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    Anima Yell! – ep 6 a 8: Obstáculos

    Animes com o mesmo perfil de Anima Yell! foram criados com o propósito de serem leves, portanto, adicionar obstáculos e conflitos podem levar a uma quebra de clima, dependendo da intensidade dramática.

    A superficialidade dos dramas das personagens é uma consequência do propósito do anime em entregar para seu público-alvo uma história simples e cômica. 

    Algo que vale ser mencionado é linearidade e evolução da história, mesmo que seja feito de forma progressiva. A cada episódio o público fica sabendo um pouquinho mais sobre as personagens, o que contribui para aumentarmos a empatia para com elas.

    Embora os conflitos das personagens sejam tratados de forma cômica, é um ponto positivo que elas tenham conflitos, quer seja de natureza interna ou externa, pois isso dá profundidade para as mesmas. Claro que a história não vai fazer um dramalhão em cima disso, pois o objetivo do anime não é esse. 

    Tirando os problemas internos da Kotetsu, os conflitos das demais personagens (com a exceção da Uki, que não teve nenhum problemas mostrado, além de cuidar da Kohane) tem ligações externas. A protagonista adquiriu acrofobia não por ter passado por uma experiência traumática em relação a lugares elevados, mas sim por ter preocupados a todos que a conheciam devido ela ter pulado de um lugar alto. É curioso que esse trauma se originou, mesmo que de forma inconsciente, pelo fato dela se preocupar mais com os outros do que com ela mesma. O fato dela ter se machucado não importa, o que deu mesmo para a Kohane foi ver o sofrimento daqueles que estão ao seu redor.

    O obstáculo da Hizume é a solidão, algo que ela não superou totalmente, mesmo tendo feito novos amigos ao entrar para a associação de torcida. Devido ela ser uma estudante exemplar, ela acabou se transformando em uma espécie de idol para as sua colegas de classe. A falta de bom senso da personagem a impediu dela perceber essa situação, fazendo a pensar que ela era rejeitada. Outro ponto é que a própria Hizume não se esforçava para conseguir amigos, pois ela estava tão focada em ser uma líder de torcida, que acabou esquecendo do significado de fazer parte de uma equipe. 

    O desafio da Ushiku tem a ver com relações de hierarquia. Assim como as colegas de classe da Hizume, o máximo que ela podia fazer era admira-la de longe, pois a suposta condição hierárquica a impedia de ter uma relação de maior proximidade para com ela. Para quem mora no ocidente, a relação “senpai-kouhai” pode ser algo bobo, mas num país como o Japão, onde as relações de hierarquia são valorizadas, isso é muito importante, pois determina sua função social e a forma de como tratar o outro.

    A Ushiku criticava a associação de torcida não por elas serem iniciantes (com a exceção da Arima-san), mas sim pois ela não achava que as outras meninas eram dignas de terem intimidade com a pessoa a quem ela idolatra.  A forma que a nova personagem apresentada enxergava a Hizume é semelhante aos fãs de idols, onde seu objeto de afeto deve ser apenas admirado à distância e ninguém mais pode se aproximar delas.

    Votando para a Kotetsu, o problema dela é interno, pois tem a ver com a forma dela pensar sobre si mesma. Muitas pessoas tem uma visão delas próprias que podem não estar de acordo com a realidade. Enquanto umas pessoas se superestimam, outras se subestimam. A Kotetsu tem potencial para ser uma líder de torcida e para fazer outras coisas também, mas ela não enxerga seu próprio potencial. Foi interessante que depois da apresentação, ela perceber que não era a única pessoa insegura no festival.  

     

     

     

     

     

    Helder Archer
    Helder Archer
    Fundou o OtakuPT em 2007 e desde então já escreveu mais de 50 mil artigos sobre anime, mangá e videojogos.

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