De uma forma resumida, falamos um pouco sobre o que vimos e deixamos o convite para em baixo nos comentários dizerem o que viram e jogaram na última semana.
Bruno Reis
Mushoku Tensei II (04)
Os feitos de Rudeus tornaram-se verdadeiras lendas pelo reino, isto porque o jovem feiticeiro conquista um poderoso dragão, é destaque nas canções de bardos e adquire o apelido de Quagmire. Rapidamente este nome também invade outras fronteiras e Elinalise, uma elfo e antiga membro da brigada do pai de Rudeus utiliza (literalmente) todos os seus encantos para descobrir o paradeiro do jovem herói, encontrar a sua mãe e dar-lhe uma esperança para o seu bastão mágico voltar a ficar firme e hirto, isto porque vai ter a oportunidade de frequentar a academia de magia da Roxy. O inevitável aconteceu, isto porque Mushoku Tensei desceu imenso de qualidade neste episódio. Embora tenhamos momentos de ação fantásticos no início entre o grupo de Soldat contra o Dragão vermelho, no decorrer do episódio tivemos algumas inconsistências de animação pouco próprias na série. Corpos desproporcionais, expressões faciais esborrachadas e posições nos olhos das personagens extremamente duvidosas. Felizmente o episodio em si foi muito agradável não só podemos assistir ao desenvolvimento e fecho de Rudeus enquanto aventureiro como a sua relação com Elinalise. Como sofre de disfunção erétil com o passar do tempo começa a ver esta como uma mulher comum, um efeito incrível devido à natureza da Elfo insaciável e a todos os homens que seduz.
Zom100 Bucket List of the Dead (04)
Após Akira se reunir com o seu grande amigo e acamparem no cimo de um arranha-céus, estes decidem matar dois coelhos de uma cajadada no seu caderno de desejos. Akira deseja uma namorada hospedeira de bordo e uma televisão 8K para jogar (e talvez treinar) a sua mestria num first person shooter de zombies. Como uma hospedeira de bordo é uma raridade durante um apocalipse zombie ambos decidem viajar até a um centro comercial para pelo menos “comprarem” a TV 8K. Contudo, no local encontram um grupo de sobreviventes hospedeiras de bordo. Enquanto Kenchou coloca o seu charme e corpo à prova para conquistar os rebuçados, Akira consegue conquistar o coração de uma destas jovens com a sua sinceridade e honestidade. Adorei como o caderno deixou de ser apenas um reflexo dos desejos do Akira, pelo que estou a ver as outras personagens também vão adicionar os seus desejos ao mesmo. Este foi literalmente um episódio descrito como uma verdadeira montanha russa, pois tivemos muita comédia, alguma ação e um final de ir às lágrimas, realmente Zom100 não para de nos surpreender, realmente pensei que sofresse do síndroma de um primeiro episódio genial.
Jidou Hanbaiki ni Umarekawatta Ore wa Meikyuu wo Samayou – (05)
Boxxo é cada vez mais cobiçado, dado que além de ser uma valiosa fonte de recursos em batalha, também é alvo de estudos por albergar uma alma humana. Contudo, nenhuma destas temáticas acompanhou este episódio porque o foco foi a utilidade base de uma caixa de vendas automáticas, o fornecimento de produtos. Boxxo e Lammy são convidados pela caprichosa criança aristocrata -que assistimos a alguns episódios atrás- para participarem numa feira de invenções. Os dois maiores nomes são duas ricalhaças extremamente ácidas quer em diálogos como personalidade. Depois Boxxo “luta” contra um restaurante de prestígio. Este até à data foi um dos melhores episódios da série, porque foi baseado na função base de uma destas máquinas, teve humor -o duelo entre as ricalhaças foi hilariante- e também tivemos os vislumbre do passado de Lammy como a sua absurda força foi também uma maldição enquanto crescia.
Jujutsu Kaisen -Segunda Temporada- (05)
Como Gojo possui agora uma força tremenda, o seu companheiro Geto começa a cair nas trevas e massacra mais uma centena de pessoas numa aldeia numa única noite. Este evento faz com que seja expulso da sua escola, Gojo encontre uma criança que certamente não será desconhecida para ninguém e tenhamos o fecho do prólogo de Jujutsu Kaisen. Interessante a analogia de Geto, visto que acredita que para garantir a sobrevivência da humanidade e erradicar completamente as maldições esta deve criar um mundo de apenas feiticeiros para garantir que as maldições sejam comuns. Claro que esta inveja deu-me imensas vibes de Naruto quando Sasuke também desceu em trevas semelhantes e rumou para as forças do mal.
Rurouni Kenshin (2023) (05)
Sanosuke enfrenta Kenshin num duelo aparentemente singular. Contudo, a escória da sociedade demonstrou que um guerreiro imperialista como Kenshin também pode ter ideais semelhantes aos do capitão Sagara, um possível pai adotivo de Sanosuke, nunca percebi ao certo se Sanosuke era órfão. Como as palavras neste caso ditaram mais que as ações e como Kenshin apresentou demasiados paralelismos com o capitão Sagara, Sanosuke abandona o seu apelido e a sua Zanza para fazer parte da família Kamiya Kasshin. Compreendo a impaciência que muitos espetadores da nova geração estão a relatar com a série. Rurouni Kenshin é uma série escrita com os valores do antigamente onde o autor perdia alguns capítulos para apresentar as suas personagens ao invés de as lançar logo na ação sem as desenvolver. Já agora e aqui para nós porque Rurouni Kenshin tem de ser comparado com Kimetsu no Yaiba? Não faz sentido visto que as duas séries são absurdamente diferentes. Enquanto Kimetsu no Yaiba apresenta uma história de ficção fantástica, a de Rurouni Kenshin tem um pano de fundo real, e foi baseado no samurai Kawakami Gensai, um guerreiro pacifista que viveu na mesma era, mas que infelizmente não teve um final feliz. Para a semana vamos ter o primeiro vilão da série por isso veremos se a opinião e a impaciência dos espetadores vai mudar.
Bleach: Sennen Kessen-hen (18)
Muscular S, o wrestler do exercito branco enfrenta vários capitães num verdadeiro combate no “holds barred”. O mesmo parece estar em desvantagem perante a força e número dos seus adversários. No entanto, James o seu fiel servo e fã deposita todas as suas esperanças no seu herói o que faz com que este adquira poderes e transformações absurdas umas atrás das outras. Foi preciso a intervenção de um vilão inesperado para derreter o fulgor de uma figura aparentemente indestrutível. Tivemos tanto a acontecer neste episodio que podem crer que foi muito complicado o resumir. Em primeiro lugar tenho de congratular o Tite Kubo por transitar na perfeição os termos de wrestling “baby face” e “heel”. Enquanto o primeiro é um lutador valoroso que adquire a força através dos seus fãs, o segundo é um lutador que apenas interessa a vitória sem se importar que meios seguir. Estes dois elementos foram uma constante num episódio recheado de ação, dinamismo e momentos absurdos característicos no universo da WWE e de outras empresas de sports entertainment. O meu único senão foi o mesmo problema que encontramos num sem fim de shonens, que é uma luta terminar sem sequer ser desenvolvida para servir de pretexto para apresentar um novo poder OP de uma das personagens principais.
Ryza no Atelier – Tokoyami no Joou to Himitsu no Kakurega: The Animation (06)
Ryza decide finalmente meter mãos à obra para construir o seu Atelier, claro que nem tudo corre como previsto. Qualquer alquimista digno desse nome necessita de materiais e para construir o seu esconderijo na floresta, Ryza e o seu grupo precisam de abundantes quantidades de madeira, metais e outros materiais de construção. Felizmente Klaudia está lá e ao invés de pagarem pelos materiais, a jovem é confiada para replicar o doce da felicidade, o pudim. Este foi um episódio que integrou uma sidequest no enredo e que mesmo ao se desviar do que conhecemos conseguiu unir as pontas soltas e ligar o anime ao jogo, um elemento que sentia desligado já umas semanas atrás. Só foi pena o grupo ter fugido do primeiro boss, mas agora em posse do Core Crystal, Ryza vai poder desenvolver novas receitas mais poderosas e finalmente (espero) poder explorar o castelo dos dragões.
One Piece (1071)
Normalmente, os episódios de domingo surgem na edição da semana seguinte, mas com One Piece não quis mesmo perder a festa. Os tambores finalmente anunciam um momento há muito aguardado, a louca transformação Gear 5 do Luffy em formato anime. Talvez como as expetativas e fasquia estavam demasiado altas creio que ficou aquém do esperado… para já. Isto porque o episódio perde imensos minutos numa cena entre Komurasaki (que revela ser Hiyori) e Orochi, e no seu inicio assistimos a uma repetição absurda de animações da cremalheira e saltos do Luffy com a Gear 5 enquanto estava a apresentá-la aos espetadores. O foco do episodio deviam ser as técnicas cartoonescas deste e creio que introduziu demasiado “ruido” e bastante repetição neste arranque.
Não obstante os minutos que se dedicou a apresentar o prometido foram mirabolantes, diria mesmo loucos! A nova transformação do Luffy é no mínimo psicadélica, quer para si como todos os elementos ao seu redor. Não importam que sejam montanhas, o seu próprio corpo e ou dos seus adversários, todos se transformam em borracha e adquirem uma dimensão cartoonesca (fazem lembrar intervenções do Máscara), característica de desenhos animados clássicos como Tom & Jerry ou Looney Tunes. Por essa razão assistimos a uma animação e sons tipicamente utilizados nestas e de noutras séries ocidentais. Estes efeitos creio que não devem ter agradado a alguns espetadores porque o poder da Gear 5 é muito fora do contexto japonês e Luffy cai naquele espetro de herói destinado, ao invés de se tornar num herói com o seu próprio esforço.
Contudo, como a produção decidiu retalhar este despertar em duas partes, ainda é cedo para afirmar Luffy e a sua Gear 5 vão se juntar à icónica transformação de Goku em Super Saiyan no Planeta Namek. Uma coisa é certa o guerreiro do sol consegue fazer todos sorrirem, isto porque não parei de sorrir nos minutos onde Luffy exibiu as suas técnicas e até de soltar um pequeno riso quando Kaido ficou chamuscado pelo seu próprio poder. Na minha opinião este era um episódio perfeito para ter pelo menos 45 minutos.
Meus amigos não sei se têm noção, mas manter este espaço vivo semana após semana requer um enorme esforço da minha parte. Nem imaginam os malabarismos que tenho de fazer para todas as semanas levar até vocês uma rubrica que já nos acompanha a mais de um ano e exige imensa dedicação, acreditem que quando a agendo para sair aos domingos às 18h suspiro de alívio. Mas antes de tudo quero saber a vossa opinião, este é um espaço que acompanham semanalmente e gostam? Se sim que sugestões ou séries gostariam de ver aqui? Um obrigado desde já a todos os nossos leitores que nos seguem neste e em todo o nosso percurso.
Felipe Soares
One Piece (1071)
Neste domingo no Japão foi exibido o esperado episódio 1071 da adaptação para anime do mangá de One Piece, de Eiichiro Oda, e olhando em relação a questões técnicas e animação deste episódio consegue ser uma das melhores de toda a produção do anime. Ainda assim, o episódio não é perfeito.
Com toda a expectativa sobre a aparição da forma Gear 5 de Luffy, esperava que o episódio fosse apenas focar na nova forma do capitão dos Chapéus de Palha e no início do novo round do personagem contra Kaido. Infelizmente o episódio possui uma longa cena entre Kozuki Hiyori e Kurozumi Orochi que acaba ficando completamente fora de tom do restante do episódio, parecendo mais um enchimento para passar o tempo.
Haver a necessidade de fazer um preenchimento de tempo neste episódio fica mais evidente quando temos em diversos momentos a repetição da cena do Luffy pulando, ou cenas de episódios anteriores da luta entre Luffy e Kaido e o retorno de um tema de encerramento em One Piece também me pareceu estranha. Mesmo com a diminuição do tempo da abertura, colocar um novo encerramento no anime após 17 anos não me parece fazer sentido (a não ser que seja uma questão comercial).
Um outro problema deste episódio envolve a própria cena principal da luta entre Luffy e Kaido. Mesmo com uma excelente animação e fluidez de movimentos, em diversos momentos Luffy está muito mais rápido que o normal para entender o que ele está fazendo. Eu sei que toda a proposta é se parecer com cartoons antigos, mas ainda assim isso acaba fazendo com que o público perca momentos que seriam muito legais, como é o caso do Luffy pegando seus próprios olhos no ar e trazendo de volta em seu rosto.
Zom 100: Bucket List of the Dead (live-action)
O filme live-action de Zom 100: Bucket List of the Dead (100 Coisas para Fazer Antes de Virar Zumbi / Zom 100: Zombie ni Naru Made ni Shitai 100 no Koto) funciona para aqueles que querem ver um longa divertido, funciona para aqueles que querem ver uma crítica ao excesso de trabalho e funciona como adaptação. Mesmo com um CG meio tosco, o filme possui uma edição dinâmica e uso de paletas de cores distintas para os momentos de horror e para os momentos mais divertidos.
Caso queira a análise completa do filme é só clicar no link abaixo.
Eu geralmente passo o olho aqui em animes que não peguei pra ver, para saber do feedback. Os que estão na minha lista não leio, porque eu maratono quando completam. Então pra evitar spoiler, não o faço.
Eu custumo dar uma vista de olhos neste quadro porque é interessante ver as opiniões e críticas de pessoas que entendem das coisas quanto X episódio sobre e narrativa e a produção, e também pra encontrar um anime interessante da temporada que não estava nos planos assistir.
Interessante, obrigado.
Bruno, leio o post “O que estamos a ver” sempre, para ver esta espécie de reviews aos episódios de algum dos animé que também estou a acompanhar. Reviews a series no geral há aos montes por essa internet fora mas aos episódios já não é bem assim! E volta e meia vocês também vão partilhando o sentimento geral que o animé vos está a dar e é sempre interessante ver a opinião de outros, devidamente fundamentada, sobre algo que também acompanho, concorde ou não concorde com a vossa opinião.
Felipe, quando vi um ending em One Piece depois de tanto tempo eu nem soube como reagir! Quase que é um plot twist ao nível do Gear 5!!!
Podem também utilizar este espaço para comentarem é por isso que o criámos. Começou por ser algo muito ligeiro e ao longo destes quase 2 anos semana a semana tem crescido como sabes. Utilizo a mesma estrutura de uma análise que faço num jogo, ou seja, papel e caneta para escrever apontamentos para depois redigir. Basicamente cada semana lanço 7 análises para teres uma ideia. Vejo o Otakupt como revistas interativas as mesmas que folheava na minha infância e de futuro certamente que vamos deixar a outras gerações o fruto de todo o esforço da equipa, grande parte de cada um de nós vive no que escrevemos e isso claro nos dá força contra barreiras que julgo que a maioria desconhece, esse era um assunto interessante para uma Conversa Otaku, outros assuntos que também gostaria de debater junto de todos eram dobragens, como foi crescer numa era sem internet e Remakes e Remasters.